Praticando o Pesque e Solte

Uma das práticas de pesca em maior ascensão no Brasil e no mundo, o pesque e solte, ou apenas pesca esportiva, visa não só praticar a atividade sem a necessidade de matar o peixe, mas também proporcionar lazer e diversão de uma forma ecológica e sustentável. No entanto, há uma série de cuidados que é preciso ter com o animal para que ele possa sobreviver e retomar a vida na natureza de forma saudável.

O mais importante é, antes de uma pescaria, ter em mãos o equipamento ideal para os tipos de peixe que serão encontrados. É preciso pesquisar qual o melhor tipo de vara, molinete, linha, anzol e isca; isso porque cada peixe tem características totalmente diferentes de outros. Animais grandes normalmente pedem linhas e varas resistentes para que não quebrem durante a batalha com o pescador.

Nos rios de água doce, há sempre a preocupação de haver troncos e outros objetos debaixo d’água, que podem enroscar a linha e até mesmo arrebentá-la. No caso da isca, é importante pesquisar a informação a fundo, pois alguns peixes não respondem bem a ração e preferem iscas vivas, outros, preferem iscas artificiais como jigs. Sobre o anzol, se o intuito é devolver o peixe à água, prefira anzóis sem farpa, pois os farpados podem machucar seriamente o peixe.

Com o equipamento correto, é hora então de entender quais são os cuidados necessários na hora de tirar o peixe da água. Em primeiro lugar, é importante dizer que há uma boa diferença entre pescar no mar aberto e em rios de água doce, e a explicação para isso é a grande profundidade encontrada no mar.

Se a distância até o fundo tiver mais de 30 pés, então o indicado é puxar o peixe aos poucos para que seja feita a descompressão com o nível da água. Uma outra dica é utilizar a linha um pouco maior do que a recomendação, pois assim o peixe cansa menos.

Quando o peixe já estiver na superfície, ou seja, após a luta com o pescador, ele estará cansado, e é o momento ideal para retirar o anzol que ficou preso. O mais indicado é retirá-lo com um alicate de ponta quando ele não estiver muito profundo, e nos casos em que ele estiver muito fundo, é melhor cortar e deixar lá, pois pode feri-lo.

Vale salientar que é aconselhado sacrificar o peixe caso o anzol tenha ferido seriamente o olho ou a guelra, pois a chance de sobreviver será muito pequena nessas condições.

Durante o manuseio do espécime, que é o momento ideal para a pesagem, medição e registro fotográfico, tenha em mente que o peixe deve ficar a maior parte do tempo dentro da água para que não morra sufocado. Manter as mãos úmidas é de grande importância, já que com elas secas, o muco envolto no peixe pode se dissolver.

A captura do animal somada ao manuseio dele, na grande maioria das vezes pode deixa-lo exausto, e isso é notado mesmo após ele ter sido devolvido a água, que são os casos onde ele fica virado de cabeça para baixo. O ideal a se fazer nesses casos é colocá-lo horizontalmente na água e movimentar o peixe para a frente e para trás, fazendo a água passar por suas guelras e consequentemente distribuindo oxigênio. Em rios com correnteza, é só colocá-lo no sentido dela até que ele recubra os sentidos.

Todas essas dicas e precauções tem única e exclusivamente o intuito de devolver o animal à água sem que ele tenha prejuízos. Apesar de a importância da prática do “pesque e solte” não fazer sentido para alguns pescadores, ela pode ser facilmente explicada utilizando como parâmetro os peixes vulneráveis ou ameaçados de extinção, pois possibilita que aquele peixe ajude a aumentar a população do espécime.

No Brasil, os peixes mais cobiçados em água salgada são o Marlim Azul e o Marlim branco, ambos ameaçados de extinção por diversos fatores (dentre eles, a pesca predatória). Praticando a pesca esportiva, o pescador não irá somente obter lazer, mas também contribuir com o meio ambiente de uma forma sustentável e ecológica.