Toda poça de água tem Traíra! Então bora lá pescar!

Olá pessoal ! Tudo bom?

Vamos falar um pouco desse predador fantástico, a Traíra.

Embora a palavra traíra tenha conotação negativa para nós, uma vez que utilizamos ela para definir alguém em quem perdemos a confiança por motivo de traição,  neste texto, faremos uso diferente deste termo, não mais como uma ofensa, mas como uma espécie de peixe e muito esportivo.

Traíra é assim chamada por ser um peixe carnívoro e que geralmente machuca aqueles que tentam manuseá-la durante a prática de pesca. Não é difícil encontrar um pescador que já tenha capturado uma e tenha se ferido, é algo muito comum entre aqueles que realizam essa atividade, utilize sempre um alicate de contenção.

Além de ser conhecido como Traíra, em algumas regiões brasileiras, esse peixe também pode ser chamado de Lobó ou Tararira.

Vive em todas as bacias hidrográficas e chega até uns 60 cm de comprimento, já o Trairão (falaremos em outro post) chega até uns 100 cm, se alimentam de peixes, anfíbios e insetos, utilize iscas artificiais que imitam esses animais.

Em alguns pesqueiros em tanques de Tilápia pode-se pescar Traíras a vontade e levar, já que são as predadoras naturais das Tilápias, pergunte ao encarregado do pesqueiro.

Algumas dicas !

Para aqueles que querem brincar e praticar a pesca esportiva ao extremo com estes peixes, ficam algumas dicas para pesca de arremesso ou pincho:

Varas

De 6 pés a 6´6”, de 14 a 20 libras e de ação rápida para fisgar na boca dura da Traíra;

Molinetes e carretilhas:

Leves são mais indicados para uma melhor esportividade, máximo de uns 100 metros de linha, o recolhimento não precisa ser muito rápido, a escolha entre carretilha e molinete vai do gosto e do bolso do pescador, não tem certo nem errado;

Linhas

De multifilamento ou “braided line” do termo em inglês entre 0,10 e 0,25 mm, neste caso utilizar um leader de fluorcarbono ou de linha monofilamento de 0,30 ou 0,40 mm, caso esteja cortando muito a linha mesmo com este líder opte por um pedaço de arame ou embate ou encastoado de aço;

Se optar por linha de Monofilamento utilize de 0,20 a 0,40 mm, dependendo dos tamanhos de Traíras da região, caso esteja cortando muito a linha opte também por um pedaço de arame;

Isca

Gosto de utilizar iscas de superfície (plugs) ou sapos “Frogs”  de superfície de 6 a 13cm, ambos são muito esportivos e as imagens são sensacionais e muita adrenalina, as iscas artificiais do tipo Plug ou Hard Lure duram muito mais, os Sapos ou “Frogs” por serem de plástico fino furam e se rasgam com facilidade, então tenham muitos em sua caixa, mas se as Traíras não atacarem na superfície tente com iscas de meia-água, aquelas com barbelas pequenas, essas iscas de 6 a 12cm, caso estejam ainda mais no fundo tente com iscas de fundo tipo “Gotcha” ou similares, eu tenho várias “Gotchas” em minha caixa, são infalíveis no fundo;

Para aqueles que querem pescar com iscas de soft no fundo, uma nova modalidade difundida no Brasil, abaixo as dicas:

Varas

De 6 pés a 6´6”, de 20 a 30 libras e de ação rápida para fisgar na boca dura da Tráira;

Molinetes e carretilhas

Para trabalho de iscas soft mais leves de até 5 gramas tente utilizar molinete, é bem mais fácil com ele devido ao peso da isca.

Já com iscas soft de 5 gramas para cima, opte por carretilha, bem melhor e maior precisão, eu já gosto sempre de utilizar carretilha, mas cada pescador tem sua preferencia.

Linhas

De multifilamento entre 0,10 e 0,25 mm, neste caso utilizar um leader de flurocarbono ou de linha monofilamento de 0,30 ou 0,40 mm, caso esteja cortando muito a linha opte por um pedaço de arame;

Se optar por linha de Monofilamento utilize de 0,20 a 0,40 mm, dependendo dos tamanhos de Traíras da região;

Anzóis

Utilize o anzol do tipo off-set, quando comprar as iscas já veja com o vendedor o anzol apropriado para estas iscas artificiais, normalmente de tamanho de 4/0 a 5/0, sempre utilize líder de fluorcarbono ou líder de monofilamento ou em casos extremos de perda de linha com frequencia um embate ou encastoado ou pedaço de arame, tenha sempre em sua caixa;

Pesos ou chumbadinhas

Do tipo bala ou bullet de até 15 gramas, depende da profundidade e correnteza caso exista, converse com o guia da região;

Iscas

Utilizo minhocas, criaturas e salamandras de vários tamanhos, teste até encontrar a que funciona melhor, varie a isca artificial e as cortes sempre e não fique viciado em um tipo somente;

Considerações finais

• Procure córregos, ribeirões e represas, áreas com vegetação na margem, tocos e árvores submersas e aguapés;

• Para pesca esportiva na superfície procure por locais mais rasos, área alagada com galhada ou aguapés, as Traíras ficam de tocaia;

• Caso o dia esteja frio ou local profundo utilize uma chumbada junto a isca natural (Lambari ou peixe) ou iscas de grande profundidade, eu gosto das iscas artificiais do tipo “Gotchas” prateadas e douradas com cabeça vermelha;

• Uma dica legal de isca natural é o uso de um filézinho de peixe ou o bom e velho Lambari vivo;

• Gosto de utilizar como isca artificial de superfície o Sapinho ou “Frog” com anzóis virados para cima duplo ou um só, consigo jogar no meio do mato e aguapé e não enroscam, são fantásticos;

• Arrisque também com o uso “spinnerbaits” e “buzzbaits”, nos Estados Unidos essas iscas são muito utilizadas, muito barulhentas e atrativas para o predador;

• As vezes na pesca do Tucunaré com iscas de meia água ou até mesmo Lambari vivo as Traíras atacam e entram com facilidade;

• Pescadores de barranco gostam de uma linha com anzol e peixe vivo ou pedaço de peixe e deixam na espera, sempre bons resultados, comecei minha pesca de Traíra na infância dessa maneira;

• A utilização de linhas multifilamento para uma reposta mais rápida na fisgada é muito interessante, porém custo um pouco elevado;

• Utilize um líder de fluorcarbono ou de nylon/monofilamento mais grosso entre a linha principal e o anzol ou isca artificial, a Traíra corta a linha facilmente;

• Anzóis como 4/0 e 5/0 são os indicados para estes peixes, principalmente para as pessoas que focam nos grandes exemplares;

• Caso o anzol fique bem preso na boca do peixe, utilize um alicate de contenção e outro de bico para remover a isca, anzol ou garatéia, não vacile na hora de retirar o anzol;

• Dentro de uma embarcação, evite de ficar descalço e não deixe o peixe solto no chão do barco se debatendo, utilize sempre alicate de contenção;

Diversão

Lembre-se de sempre se envolver com uma comunidade de pesca esportiva, trocar ideias, grupos de WhatsApp e siga as dicas do guia de pesca, ele conhece a região como ninguém.

Sempre pratique o pesque e solte, garanta a pesca esportiva para futuras gerações.

Boa pescaria !